No primeiro ano da pandemia, antes mesmo da distribuição das vacinas, o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade – NUPEM UFRJ ficou responsável pela análise dos testes de covid de todo o município de Macaé. E foi a partir deste material que os pesquisadores do Nupem, em parceria com pesquisadores do Instituto de Biologia da UFRJ, publicaram em revista científica internacional que a produção de anticorpos IgA, IgM e IgG dura mais tempo do que antes era relatado na literatura científica. Além disso, destacam que existe uma produção maior de IgM de acordo com a carga viral e uma produção de IgA maior em idosos do que em adultos. Estes resultados indicam que a resposta imunológica pode variar de acordo com a idade e a alta produção de IgA ser um preditivo de desfecho de infecção moderada ou grave.
Sob o título The long-term dynamics of serum antibodies against SARS-CoV-2 – A dinâmica ao longo do tempo dos anticorpos séricos contra SARS-CoV-2 – o artigo descreve todo o processo da pesquisa e seus resultados animadores na publicação internacional PeerJ – Journal of Life & Environmental Sciences.
Segundo Graziele Sousa, “o nosso diferencial foi analisar casos leves de covid que chegavam ao Centro de Triagem e constatamos que o anticorpo IgA era produzido em elevadas concentrações em idosos.”. O estudo durou sete meses e foram analisados 231 indivíduos Thuany Nogueira explicou que “vários parâmetros, como sexo, idade, comorbidades foram analisados, mas o que chamou nossa atenção foi a resposta dos idosos, uma surpresa não vista em outros trabalhos”. Ambas foram as primeiras autoras do artigo publicado.
Além da resposta em idosos, a pesquisa mostra uma visão geral sobre a produção de anticorpos contra a SARS-CoV-2, sugerindo uma produção do IgA, e também do IgM, por três meses e produção contínua de IgG por mais de sete meses. Para a coordenadora das testagens no Nupem, profª Cíntia Monteiro de Barros, autora correspondente do trabalho, destaca a importância na transferência do conhecimento para a sociedade e das colaborações com outras unidades como o Instituto de Biologia, através do Laboratório de Virologia Molecular, na figura do prof. Amilcar Tanure e do prof. Orlando da Costa Ferreira Jr sendo este último autor correspondente. “Este trabalho representa a ciência de qualidade e internacional, que é desenvolvida no município de Macaé pelos pesquisadores do Instituto Nupem e contém dados relevantes sobre a imunologia de pessoas infectadas pela Covid 19”.
O artigo completo está no link: https://peerj.com/articles/14547/