As práticas sociais e o sistema de valores, que as sustentam, na sociedade patriarcal, machista e desigual brasileira, são questões cotidianas da realidade das mulheres da pesca. A percepção sobre a desigualdade de gênero e a assimetria de poder, frente a divisão sexual do trabalho, provocaram iniciativas para o empoderamento e a autonomia feminina no exercício da pesca artesanal. Essas inciativas emergiram dos processos vivenciados junto às atividades do Projeto, como reconhecimento da dimensão do coletivo, do papel da sociedade, na construção de alternativas emancipatórias e mais equitativas para melhoria da geração renda, por meio do fortalecimento do coo- perativismo e de mecanismos de Economia Solidária.

Este livro, que agora vão ler, cuidadosamente organizado pelas colegas Amábela Avelar e Ariane Brugnhara, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chega em boa hora, como uma contribuição teórico – metodológica e prática, para inspirar outros projetos de EP, que queiram promover um saber – fazer inquieto e transformador. É uma demonstração de coragem e esperança para a construção de uma ciência cidadã. Desfrutem!