O professor Amilcar Tanuri, do Instituto de Biologia, faz uma provocação em seu novo livro “Pandemia de Covid-19 no Brasil: a visão de um cientista”, que foi tema de uma roda de conversa organizada pela Cátedra Oswaldo Cruz do Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE) na última quarta-feira. “O vírus sempre esteve um passo à frente de nós. Será que na próxima pandemia isso vai se repetir?”, perguntou o virologista convidando para a reflexão.
“O distanciamento do fato ajuda a analisar erros e acertos na condução das políticas de saúde durante a pandemia”, apontou Tanuri. O docente do Instituto de Biologia da UFRJ destacou que o livro é o relato da experiência de um pesquisador dentro do laboratório. “O livro é uma obra para futuras gerações de cientistas não cometerem os mesmos erros”.
O trabalho coordenado por Tanuri no Laboratório de Virologia Molecular foi responsável por pesquisas pioneiras sobre a resposta imune ao coronavírus. “Nosso grupo conseguiu relacionar o resultado positivo no teste de antígeno com a taxa de infecciosidade”, disse o professor, recordando a importante publicação de um artigo com repercussão internacional.
Em outra publicação, os pesquisadores apresentaram o sequenciamento dos vírus SARS-CoV-2 que mantinha pacientes cronicamente infectados por até três meses. “Vimos que não era uma reinfecção. O próprio vírus que permanecia e acumulava mutações”, destacou o docente.
A apresentação emocionou a professora Ana Célia Castro, diretora do CBAE. “É muito emocionante ver esse trabalho que foi feito aqui, por professores e pesquisadores da UFRJ muito dedicados à ciência”, revelou. “Essa é a nossa missão. Mesmo com todas as dificuldades e escassez de recursos, temos que fazer avançar a ciência em prol da sociedade”.
O professor Rodrigo Nunes da Fonseca, diretor da AdUFRJ, revelou aguardar com ansiedade a publicação do livro e aproveitou para agradecer à contribuição de Tanuri à pesquisa desenvolvida no Nupem. “A atuação de todo o grupo comandado pelo professor permitiu que a cidade fizesse mais de 15 mil testes de PCR e que publicássemos uma dezena de artigos em conjunto”, disse Rodrigo, em gratidão.
Fonte: Adufrj
Fotos: Fernando Souza