No dia 1º de novembro, o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade Nupem, recebeu a vereadora Iza Vicente para explicar sua lei nº 5.088/23, que visa incentivar a presença feminina nas pesquisas, criando o Programa Municipal de Incentivo ao Protagonismo das Mulheres na Ciência. A explicação foi muito significativa e trouxe boas notícias, como a concessão de bolsas de pesquisa, através de uma Emenda Impositiva.
A visita da vereadora vai ao encontro dos dados atualizados de nossas discentes, maioria tanto nos cursos de graduação, como nas pós-graduações. Os números absolutos são 271 mulheres e 144 homens no Bacharelado e Licenciatura; e a nível de mestrado e doutorado, são 97 alunas e 65 alunos, no segundo semestre de 2023.
A diretora geral do Nupem, profª Cíntia Monteiro de Barros, Cientista do Nosso Estado (Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ), já se colocou à disposição para ajudar na destinação da verba de fomento disponibilizada pela Prefeitura de Macaé. Para a gestora, “a participação das mulheres na produção científica e na ciência tem se intensificado cada dia mais. Entretanto, elas já participaram de descobertas e inovações fundamentais para a ciência, como ocaso de Marie Curie, a primeira mulher a ser laureada com um Prêmio Nobel e duas vezes! Apesar desta marca memorável e a de várias outras cientistas mulheres no período, o reconhecimento ainda não é tão evidente e não é tão celebrado ao longo do tempo, como observamos quando homens ganham os mesmos prêmios e desenvolvem pesquisas similares. Isto se reflete na assimetria de oportunidades de reconhecimento entre os gêneros que existe na sociedade mundial, no Brasil e aqui em Macaé também. Esta lei tem fundamental importância para o reconhecimento cada vez maior das mulheres na ciência”.
A vereadora Iza Vicente deixou claro que a aprovação desta Lei é somente o primeiro passo para “a valorização das mulheres cientistas, combater a desigualdade de gênero, e estimular as meninas e adolescentes em formação a investirem na carreira científica,” conforme seu artigo primeiro. “São as bolsas que trarão as meninas para dentro dos laboratórios. Penso em conseguir através do que chamamos de Emenda Impositiva, uma verba já definida para cada vereador. Mas temos que pensar como este recurso vai chegar às estudantes. Teria que ser um edital específico, organizado pela Secretaria Municipal de Ensino Superior, para a execução desta verba”, explicou a parlamentar. Ela prometeu retornar quando da publicação do edital para uma nova rodada de esclarecimentos.
Esta discussão com certeza já está se expandindo para além os círculos feministas, como mostrou o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio deste ano, sobre a invisibilidade do trabalho das mulheres cuidadoras que a Academia e o poder legislativo macaense consigam efetivamente equacionar as desigualdades nas pesquisas científicas.