Os editores do periódico Oecologia Australis destinaram todo o volume nº 26 aos mais de 50 anos de trabalho do professor fundador do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade – NUPEM/UFRJ. Batizada de “Limnologia no Brasil: um tributo ao Prof. Francisco de Assis Esteves“, seu evento de lançamento ocorreu remotamente no dia 29 de julho, coincidentemente às comemorações dos 209 anos de Macaé.
Inicialmente como Oecologia Brasiliensis, foi idealizada e lançada pelos professores Reinaldo Luiz Bozelli, Vinícius Farjala e Rayane Setubal. Criado em 1995 pelo professor Francisco de Assis Esteves, o periódico Oecologia Australis tornou-se de abrangência internacional em 2010, atendendo à demanda de autores latino-americanos e dos demais continentes. Em 2020, é firmada parceria com a Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABECO), objetivando o incremento de recebimento de trabalhos das mais diversas regiões e instituições, como órgãos públicos e empresas privadas. Para o Prof. Reinaldo Luiz Bozzeli “esta edição especial é o verdadeiro reconhecimento à produção científica do Prof. Francisco. Os autores dos artigos foram da primeira geração de orientados por ele, engrandecendo a revista. Seu comprometimento atual parece de um iniciante, mesmo após 50 anos de dedicação“. Já o Prof. Sidinei Magela Thomás, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), considera que “este volume foi feito pelos primeiros orientandos do Prof. Francisco Esteves, seus netos e bisnetos científicos e ainda consegue integrar pesquisadores do norte ao sul do país e do exterior, mostrando a abrangência de sua obra“.
A Diretora Geral do NUPEM, Profª Cíntia Monteiro de Barros, afirmou que “falar do Prof. Francisco Esteves é uma honra. Aprendo com ele todo dia, tanto administrativa, quanto cientificamente. Além disso, foi protagonista na criação do NUPEM e do Parque Nacional de Jurubatiba, dois marcos para a ciência em Macaé“. Ela também fez questão de destacar a questão de gênero na Revista Oecologia Australis, cuja editoria é de responsabilidade da Dra. Camilla Barros, e que sempre se preocupa com a equidade nas publicações.
Para o Prof. Vinícius Fajala, “em 1996, o NUPEM era um pasto, depois casa de ração e hoje se traduz em universidade. Prof. Chico é um trator que abriu o caminho para a minha geração pavimentar. ” Já a Dra. Camilla foi simples e precisa: “o Prof. Francisco pensa no lago além de suas margens“.
O Prof. Francisco Esteves se disse “emocionado e agradecido pelas homenagens vindas de diversas partes do Brasil, no mesmo momento que um de meus alunos acompanha esta solenidade fazendo coleta na Lagoa de Imboassica. A Revista, criada em 1990 um exercício de redação científica seguindo novas ideias e novos atores para acabar com nosso ‘complexo de vira-latas’, com a Limnologia brasileira sendo reconhecida internacionalmente. Apesar do desconhecimento da sociedade e da degradação dos recursos hídricos, podemos agora incorporar aspectos sociais, econômicos e científicos, trabalhando em redes. Graças ao celular, não existe mais isolamento e o pesquisador precisa se unir às demandas da sociedade. É uma tendência mundial fazer ciência em profundidade com mais abrangência social. Um caboclo do Rio Trombetas definiu: ‘a ciência apartada da sociedade é como um carro de Fórmula 1 sem rodas, não chega a lugar nenhum“. E finalizou que “o ápice da carreira de um cientista são momentos como este. Para mim tem um valor intangível“.
A Revista Oecologia Australis pode ser acessada pelo link https://abeco.org.br/edicoes-oecologia