A bióloga e docente do ensino básico Dominick Werneck, que atualmente desenvolve pesquisa tendo como foco as áreas com remanescentes de manguezais do estuário do rio Macaé, no âmbito do curso de Pós-graduação de Mestrado Profissional em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento do Instituto NUPEM/ UFRJ (PPG-ProASD), realizou apresentação dos resultados obtidos, em reunião extraordinária do COMMADS, que teve como objetivo discutir questões inerentes a este ecossistema costeiro, comunidades humanas do entorno, bem como tratar da recém criada Área de Proteção Ambiental do Rio Novo.
A apresentação intitulada “HISTÓRICO SOCIOAMBIENTAL E SITUAÇÃO ATUAL DA ILHA FLUVIAL COLÔNIA LEOCÁDIA”, foi articulada pelo coordenador do Programa de Pós Graduação Mauricio Mussi, e realizada no intuito de informar aos conselheiros e técnicos do Poder Público, dados sobre o histórico das ocupações e outras intervenções na Ilha Colônia Leocádia, que abriga um dos remanescentes de manguezais do estuário, bem como informar a situação atual do remanescente e do seu entorno, destacando vários aspectos. Aproveitando o espaço de discussão, foi encaminhado um documento para deliberação, com sugestões a serem adotadas pelo colegiado e Poder Público, no intuito de buscar a conservação do remanescente em questão.
A discente também aproveitou o seu conhecimento em Planejamento e Gestão de Áreas Naturais Legalmente Protegidas, para realizar algumas considerações sobre a Lei nº 4.753/2021, que criou a APA do Rio Novo. Destacando inclusive, a preocupação com a ausência de apresentação de estudos técnicos pertinentes e a realização de consulta pública sem a participação de diferentes atores sociais, antecedendo a criação desta Unidade de Conservação (UC), assim como a necessidade de elaboração do Plano de Manejo e a capacitação do Conselho Gestor, posteriormente a criação da UC, no intuito de atender os requisitos previstos no SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) e consequentemente garantir a sua efetividade.
Cabe destacar, que devido aos inúmeros conflitos socioambientais associados as comunidades que se estabeleceram em áreas de manguezais do estuário do rio Macaé, os estudos com foco nessas áreas são escassos. Os técnicos dos órgãos ambientais, bem como pesquisadores de instituições técnico – cientificas apresentam dificuldade de acessar as comunidades e consequentemente realizar estudos sobre os manguezais que abranjam dados obtidos “in loco”. Desta maneira, a referida discente, que desenvolve projetos socioambientais a uma década em comunidades da Bacia Hidrográfica do rio Macaé, aproveita conhecimento técnico e o acesso as comunidades do baixo Macaé, para juntamente com o discente e orientador da pesquisa Dr. Pedro Hollanda Carvalho, executar DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DE ÁREAS COM REMANESCENTES DE MANGUEZAIS LOCALIZADAS NO ESTUÁRIO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MACAÉ.
Vale destacar, que além do remanescente da Ilha Colônia Leocádia, os remanescentes da Nova Esperança, Cabeceira do Aeroporto e da Ilha da Caieira são alvo do estudo. Além da produção do diagnóstico, serão encaminhadas “Proposições Estratégicas” para diferentes Instituições envolvidas com os manguezais Macaenses. Acredita-se, que o estudo que vem sendo realizado é abrangente, e pode ser entendido como relevante para contribuir com gestão e conservação das áreas de manguezais ainda existentes no município, que oferecem inúmeros Serviços Ecossistêmicos.