Alunos do NUPEM/UFRJ publicam artigo que alerta sobre o alto número de encalhes de tartarugas marinhas em praias de Macaé e Rio das Ostras

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O Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade – NUPEM/UFRJ, busca desenvolver estudos que abordam importantes questões socioambientais regionais, alertando a sociedade para as ameaças aos ecossistemas e sugerindo medidas que possam amenizar os impactos antrópicos causados. Estudantes do NUPEM, Raísa Costa Rêgo (agora mestranda pela UENF) e Caio Henrique Cutrim, desenvolveram um artigo sobre a incidência de encalhes de tartarugas marinhas em praias dos municípios de Macaé e Rio das Ostras. O estudo foi realizado em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, como parte do trabalho de conclusão de curso da estudante Raísa Costa Rêgo e é intitulado “Encalhes de tartarugas marinhas em praias ao redor da capital do petróleo do Brasil” (Strandings of sea turtles on beaches around the oil capital in Brazil – Neotropical Biology and Conservation, 16(4): 521-538, 2021).

A maior parte das zonas urbanizadas ocorrem no litoral, onde as populações humanas são dependentes do ambiente marinho para fornecer recursos, como os oriundos das atividades turísticas e pesqueiras. Segundo os autores, as tartarugas marinhas têm sido ameaçadas por impactos antrópicos causados por atividades de exploração de seus habitats, resultando em declínios populacionais e risco de extinção em diferentes níveis. As principais ameaças são relacionadas a interação com apetrechos de pesca, resíduos sólidos (principalmente plásticos) e o tráfego de embarcações. Atualmente, todas as espécies encontradas no Brasil estão ameaçadas, variando entre vulneráveis ou em perigo (Caretta caretta Linnaeus 1758, Lepidochelys olivacea Eschscholtz 1829 e Chelonia mydas Linnaeus 1758) e vulneráveis ou criticamente em perigo (Dermochelys coriacea Wieland 1902 e Eretmochelys imbricata Linnaeus 1766), de acordo com os dados da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2020). Estas cinco espécies frequentam a costa do estado do Rio de Janeiro, região apontada como o segundo maior sítio de desova no Brasil para a tartaruga cabeçuda (C. caretta) e importante zona de alimentação, principalmente para juvenis da tartaruga verde (C. mydas), a qual é comumente avistada nas nossas praias.

A costa centro-norte do estado do Rio de Janeiro apresenta atividade de pesca, atividades de exploração do petróleo que geram impactos com embarcações e dragagens e grandes densidades populacionais que podem contribuir para o aumento de detritos oceânicos. Estas ameaças antrópicas podem ser fatores que contribuíram para o crescente número de encalhes de tartarugas marinhas na região, como registrados neste trabalho. Os resultados apontam a importância de intensificar estudos sobre as causas dos encalhes e da disseminação de medidas que possam amenizar os impactos em toda dinâmica do ecossistema marinho.

Acesse o trabalho completo pelo link: https://neotropical.pensoft.net/article/68662/