Leandro Nolé Eduardo foi estudante da UFRPE desde a graduação (2012–2016), tendo cursado o mestrado (2016–2017) e o doutorado (2017-2021) no Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Aquicultura. Em seu doutorado, sob orientação da Profª. Flávia Lucena-Frédou (UFRPE), do Prof. Michael Maia Mincarone (NUPEM/UFRJ), e do Prof. Arnaud Bertrand (IRD), Leandro desenvolveu um trabalho inovador, intitulado “Lighting up the dark side of the ocean: biodiversity and ecology of deep-sea fishes from the Southwestern Tropical Atlantic”, focado na biodiversidade e ecologia de peixes do oceano profundo. Dentre inúmeras descobertas, dezenas de espécies raras de peixes mesopelágicos foram registradas pela primeira vez em águas brasileiras, contribuindo para uma melhor compreensão sobre seus padrões de distribuição global. Além disso, foram descritos padrões ecológicos de migração e alimentação de espécies localmente abundantes, como o peixe-víbora Chauliodus sloani (Chauliodontidae), além dos peixes-machadinha (Sternoptychidae) e peixes-lanterna (Myctophidae). A tese de Leandro é fruto de uma parceria entre a UFRPE e a UFRJ e foi realizada em cotutela com a Universidade de Montpellier (França) sob co-orientação do Dr. Arnaud Bertrand (IRD).
Para coroar a carreira acadêmica deste jovem pesquisador, nesta semana Leandro foi agraciado com o Prêmio de Tese do Instituto Oceanográfico de Mônaco, edição 2022 (Le Prix de Thèse de i’Institut Océanographique), que premia a melhor tese na área de ciências do mar de todo o território francês. Leandro receberá a premiação em evento presidido pelo Príncipe Alberto II de Mônaco. Como parte da premiação, terá também direito de participar de um clube internacional exclusivo para pesquisadores laureados, onde são criadas oportunidades de comunicação e colaboração com empresas no domínio do desenvolvimento sustentável e impactos sobre os oceanos.
Este não é o primeiro prêmio concedido ao pesquisador. Durante o mestrado, Leandro caracterizou a biodiversidade e distribuição de peixes demersais marinhos da costa nordeste do Brasil, com destaque às áreas prioritárias para a conservação. O trabalho de mestrado lhe rendeu o Prêmio Dárdano de Andrade Lima, conferido a melhor dissertação de seu programa de pós-graduação no ano de 2017.
Durante seu doutorado, Leandro foi nomeado pela AORA — Atlantic Ocean Research Alliance — como Jovem Embaixador dos Oceanos. Após um curso de formação em Galway (Irlanda; agosto 2019), ele representou o Brasil no All-Atlantic Research Forum, realizado no parlamento da União Europeia, em Bruxelas.
Em abril 2021, Leandro participou do evento Diálogo Nobel Brasil, organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Nobel Prize Outreach (braço de comunicação da Fundação Nobel), em colaboração com o Instituto Serrapilheira. A proposta do evento era promover a discussão sobre a importância da ciência para a sociedade e de políticas públicas baseadas no conhecimento científico, além de inspirar estudantes brasileiros a seguirem carreiras científicas. Na época ele foi selecionado pelo destaque nos critérios de histórico científico, excelência acadêmica e fluência na Língua Inglesa, entre 170 indicações de 90 universidades brasileiras.
Até o momento, Leandro participou na autoria de 2 livros e 32 artigos em revistas indexadas, sendo autor principal em 11 deles. Além disso, participou em inúmeras atividades de extensão, apresentando seu trabalho em eventos científicos, universidades, televisão, rádio, e outros meios de popularização científica, como Pint of Science.