A segunda etapa da recuperação da vegetação da orla de Macaé aconteceu na segunda-feira, dia 7 de novembro, com a presença de diversas autoridades municipais e especialistas do Nupem. Nesta fase, serão experimentadas novas mudas de espécies vegetais nativas, desta vez cedidas pela Secretaria Municipal de Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal. Também houve o envolvimento de moradores, alunos extensionistas, professores e pesquisadores. A ação faz parte do projeto de Extensão VivenciAR, atualmente vinculado ao Projeto Ecológico de Longa Duração (PELD) Restingas e Lagoas Costeiras, que desenvolvem pesquisas na região desde 1999.
Segundo o prof. Rodrigo Lemes, coordenador do projeto, “nesta segunda ação de plantio experimental para recuperação das áreas de restinga, estamos, junto com o IFF – Instituto Federal Fluminense – e Prefeitura, tentando criar um protocolo modelo para recuperação da restinga impactada por plantas exóticas. No primeiro plantio, usamos mudas produzidas no laboratório do IFF; e agora estamos usando as adquiridas no comércio local, para verificarmos a eficiência e tentar aprimorar os métodos de plantio”.
Para o prefeito, a questão do meio ambiente é inegociável, já que “Macaé está crescendo muito economicamente, mas, ao mesmo tempo, estamos investindo como nunca na Secretaria de Meio ambiente, anteriormente focada somente na fiscalização e licenciamentos, ou seja, não se colocava grana de verdade. Fomos muito criticados pela retirada das amendoeiras, mas com a universidade ao nosso lado, estamos fazendo o certo. Aproveitando para divulgar que vamos aumentar o Parque Atalaia, desapropriando a área da cachoeira, para que se torne uma área pública, preservada e intocada”. Welberth Rezende também fez questão de destacar o tratamento de resíduos domésticos jogados nos corpos hídricos, a construção de estações de tratamento na região serrana, limpeza da lagoa de Imboassica e desapropriação de terreno para doação ao Nupem, com objetivo der ampliar suas instalações: “Devo editar o decreto ainda esta semana”.
O secretário de meio ambiente Juninho Luna considera um orgulho para a Prefeitura colaborar com um projeto há muito tempo reivindicado pelos pesquisadores do Nupem e “o mais importante é a eficiência do replantio para barrar as ressacas e marés altas”.
O prof. Francisco Esteves, referência mundial na pesquisa de lagoas costeiras e um dos responsáveis pela criação do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, participou ativamente no replantio de várias mudas e classificou a ação como muito simbólica, por “nossas pesquisas, feitas com os alunos e professores nos laboratórios tornam-se prática direta em benefício da sociedade de Macaé e região. Aqui, nós temos um laboratório natural, onde os conhecimentos serão exportados para recuperação de restingas de todos o Brasil, com grande alcance científico e social”.
Apoio: CNPQ, PELD-RLaC, Faperj
(Fotos e depoimentos: Nathana Reis)