Estudantes de Graduação, Mestrado e Doutorado do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade apresentaram trabalhos científicos na Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia (ReACT) de 2021

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Estudantes de três cursos do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade NUPEM/UFRJ apresentaram trabalhos científicos na VIII Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia (REACT). O evento foi sediado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e as apresentações ocorreram de maneira remota. O tema do evento científico deste ano foi: “Alianças para outros futuros: Diálogos cruzados na crítica ao capitalismo tecnocientífico”.

          Ao longo da semana, de 22 a 26 de novembro, foram realizadas apresentações em Seminários Temáticos. Os encontros e diálogos buscaram novas maneiras de pensar, sentir e viver as pesquisas científicas.

Os participantes refletiram sobre as seguintes questões: Como diálogos cruzados entre os conhecimentos científicos e os conhecimentos tradicionais podem contribuir para a emergência de mundos em que os privilégios de certos humanos não devastem outros modos de vida? Como a atenção a composições multiespecíficas permite vislumbrar relacionalidades em conexão com a Terra? Como as alianças e as estratégicas podem fazer brotar futuros possíveis que levem em conta temporalidades entrelaçadas e mutuamente constituídas? (Adaptado de: https://react2021.faiufscar.com).

O Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade NUPEM/UFRJ foi representado pelos estudantes: Bruno Vilela Vasconcelos (Graduação em Ciências Biológicas), Luis Carlos Sovat Martins (Programa de Pós-Graduação Profissional em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento) e João Pedro Arantes Bigato (Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Conservação). O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rafael Nogueira Costa, orientou o grupo na elaboração dos textos e nas apresentações.

Os estudantes da UFRJ apresentaram suas pesquisas em três Seminários Temáticos:

  • ST10 – Ecologia política das paisagens mais-que-humanas: cosmopolíticas, alianças multiespécies e práticas de conhecimento.
  • ST21 – Experiências sentipensantes: corpos, saberes e ambientes em perspectiva.
  • ST23 – Infraestruturas e ecologias em crise: reflexões do tempo presente e de alianças futuras.

Após as apresentações foram realizados debates sobre os trabalhos, o que contribuiu para o crescimento intelectual do grupo. As apresentações ocorreram com base nas pesquisas científicas realizadas no Nupem/UFRJ, entre elas: i) os fluxos das águas, dos rios e as suas pedagogias; ii) as brincadeiras e os aprendizados com as infâncias nos territórios para além dos muros das escolas e iii) a rede sociotécnica do Projeto Pesquisas Ecológicas de Longa Duração.

    O estudante Bruno Vilela destacou que: “Foi uma experiência incrível expandir os horizontes para novas abordagens dentro do campo da Biologia e novas formas de fazer pesquisa, principalmente vindo da graduação. Desde o processo de pensar o resumo, a escrita do trabalho completo até chegar na apresentação e no diálogo com a mesa, foi um grande desafio. Nós seguimos o fluxo das águas pelo Rio Macaé, desde as nascentes, afluentes e confluências até a desembocadura no estuário, trazendo diversas maneiras de aprender com o rio, suas políticas e poéticas. Foi emocionante ver nossas contribuições naquela roda, no aprendizado com a natureza, nas provocações quando falamos de Educação Ambiental, nas críticas construtivas ao texto e, principalmente, no afeto que proporcionamos ao trazer à memória a relação do rio e a infância de uma das companheiras de mesa. Sem dúvidas, uma experiência formativa maravilhosa como estudante da Biologia e aventureiro de outros saberes e campos do conhecimento” (Bruno Vilela, estudante de graduação em Ciências Biológicas UFRJ Macaé. Título do trabalho: Em busca das nascentes: narrativas sentipensantes com a água como potência para imaginar mundos).

Apresentações orais e debates sobre as pesquisas científicas. 

O estudante Luis Carlos Sovat Martins: “Com a possibilidade de ser afetado pelos diálogos produzidos no REACT 2021, eu, professor da educação básica, deixei-me inundar por sentipensamentos das interações. Comunicar e potencializar afetações, apresentando as inspirações na educação com as infâncias me traz fôlego renovado em tempos tão difíceis. Cada dica, cada palavra de incentivo, as críticas construtivas foram pontos de nascentes dentro do ST. Um privilégio participar do evento e ter a oportunidade de fluir em novos saberes.” (Luis, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento com o título Escola, territórios e cidades: interlocuções na educação básica.)

Segundo João Pedro Arantes Bigato: “Em meio a tantos pensamentos e momentos confusos que vivenciei durante esse ano, o REACT veio para colocar as minhas ideias no lugar. Uma esperança de que a ciência pode sim mudar o mundo, principalmente a ciência coletiva. Debati, ouvi, apresentei, mostrei o meu ponto de vista e olhei pelo olhar de diversas outras pessoas. Levar a minha pesquisa para esse local de troca foi fundamental para olhar pra ela e refletir. Pude ver que estavam faltando diversas pecinhas do meu quebra-cabeça. Tenho certeza que agora ela estará mais colorida, mais coletiva e, principalmente, mais humana. Além disso, os meus colegas Luís e Bruno, e meu orientador Rafael, me tranquilizaram e me apoiaram a todo momento, o que me fez sentir parte de uma grande equipe de pesquisa”. (João Bigato, Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Conservação. Título do trabalho: Sítios do projeto Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) no Brasil: Que tipo de aliança os cientistas da ecologia fazem?)

Segundo o professor Rafael Nogueira Costa: “É uma honra participar deste importante evento com um grupo tão especial de estudantes da Graduação, do Mestrado e do Doutorado. Sem dúvidas, todas as etapas geraram crescimento intelectual ao grupo. Desde a escolha do Seminário Temático, a escrita do texto, a apresentação e até os debates, todas estas etapas foram fundamentais para formação dos jovens cientistas. Acredito que essa experiência possibilitou uma ampliação das pesquisas científicas, dessa maneira, multiplicamos as fugas e as saídas aos problemas do nosso tempo, imaginando novos mundos. Tenho afirmado em diálogos com outros intelectuais que o “imaginamundos é um princípio do ato de imaginar. É não aceitar o mundo da forma como é imposto, predeterminado. A imaginação é absolutamente necessária para a formação dos sujeitos críticos” (COSTA et al., 2021, p. 40. Disponível em: https://nupem.ufrj.br/imaginamundos/).

Para ter acesso aos trabalhos acesse: https://react2021.faiufscar.com

A participação do grupo da Universidade Federal do Rio de Janeiro neste evento é um movimento do caminhar no fazer científico, do seguir em busca de alianças e esperanças, tecendo redes e nos comunicando entre os diferentes campos do conhecimento. Seguimos, imaginando ativamente novos mundos, em busca de outras maneiras de viver com a água, com as infâncias, com os ecossistemas, enfim, com todas as manifestações da natureza, aprendendo com ela, e não somente sobre. Vamos imaginar novos mundos?