Esclarecimento sobre a ocorrência de vermes em peixes da Lagoa Imboassica

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Parasitismo por Helmintos no olho do Peixe Acará da Lagoa de Imboassica

Fabiana Daniela Mendonça – Doutoranda PPgCiAC – NUPEM/UFRJ

Júlia Peralta Gonçalves – Profa de Parasitologia – UFRJ Macaé

Aleksandra Menezes de Oliveira – Profa de Parasitologia – UFRJ Macaé, Docente credenciada no PPgCiAC – NUPEM/UFRJ

Peixe Acará com parasitismo por helmintos no olho. Reprodução: redes sociais

No último domingo dia 26 de setembro de 2021 viralizaram, nos grupos de WhatsApp e em perfis de redes sociais de moradores de Macaé, imagens e vídeos mostrando peixes Acará com parasitismo por helmintos no olho. Cumprindo nosso papel difusão e popularização da ciência, prestamos aqui algumas informações importantes.

Todas as espécies de peixe podem apresentar parasitismo natural por helmintos (vermes) e outros patógenos. Os helmintos cumprem um ciclo de vida que passa por diferentes estágios evolutivos até chegar a fase adulta e para isso, dependendo da espécie, precisam infectar outros animais que se tornam seus hospedeiros. Estudos demonstram que grande parte dos helmintos que são encontrados no pescado, não causam doenças em humanos.

A Lagoa de Imboassica, assim como outras lagoas naturais ou artificiais, representa um local de represamento aquático onde se torna mais propício o ciclo de helmintos, além disso, é constante a presença de aves e moluscos que também são importantes para que muitos helmintos consigam completar seu ciclo de vida.

Do ponto de vista econômico, existe uma preocupação com o prejuízo que o parasitismo pode causar, quando ocorre em locais destinados a criação para fins de comercialização. Em ambientes utilizados para recreação e desporto, como é o caso da Lagoa de Imboassica, tem-se a preocupação com a infecção de pessoas que utilizam o local. Apesar da presença de helmintos também ser considerada indicador positivo, porque permite concluir que existe a presença da fauna local, é difícil não correlacionar com poluição ambiental.

Com relação ao consumo alimentar do pescado, independente da origem, é importante levar em consideração as boas práticas tanto para inspeção, congelamento e cozimento, isso vale tanto para consumidores em suas residências quanto para locais de comercialização e somente assim, poderemos evitar a infecção por helmintos que utilizem o homem como hospedeiro e que sejam transmitidos por ingestão de pescado.

Sobre o consumo de pescado oriundo da Lagoa de Imboassica, não podemos desconsiderar que apesar dos esforços dos gestores municipais, o local recebe efluentes sanitários que podem apresentar helmintos e outros patógenos que encontrem ali condições para proliferar, e estes sim infectarem o homem a partir do consumo ou não de pescado. Com isso, para que os peixes da Lagoa de Imboassica sejam consumidos com segurança, são necessárias ações que promovam a melhoria, a preservação e o monitoramento da qualidade da água.